24 horas em Amsterdam – De Vicent van Gogh à Red Light District

POST 2 – 24 HORAS EM AMSTERDAM

Amsterdam
Amsterdam

Após a intensa imersão no universo da pequena Anne Frank, durante a manhã, aproveitei a companhia da minha amiga Hannah pra seguir na “saga das 24 horas em Amsterdam”. A parte da tarde, dedicamos à uma viagem ao mundo do pintor Vincent van Gogh.

Amsterdam
Amsterdam

Desde jovem, van Gogh demonstrou ser um pintor muito talentoso, e foi fortemente estimulado por Theo, seu irmão e fiel parceiro. Vincent van Gogh começou sua expressão artística através do desenho, mas fez poucos. Sua forte aptidão sempre foi a pintura.

The Woodcutters - Reprodução http://www.vangoghmuseum.nl
“The Woodcutters”- van Gogh – Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl

Ingressou na escola de arte Hague School, onde conheceu seu mestre: Anton Mauve (1881). Mauve mudou sua vida acadêmica, ensinando-o a aprimorar técnicas, antes desconhecidas por van Gogh. “M. has taught me to see so many things I didn’t see before”*

* “M. me ensinou a ver muitas coisas que eu não via antes”

Auto retrato Van Gogh - Reprodução http://www.vangoghmuseum.nl
Self Portrait – van Gogh – Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl

Suas primeiras pinturas têm tons de cores escuras, sóbrias. Já a obra “The Kitchen Princess” (1872) tem cores muito suaves. Que tela maravilhosa! “Chopping Trees on the Île de Croissy” é uma obra inacabada, impressionante, gigante, com poucas linhas.

"The Pink Peach Tree", 1888 - Reprodução http://www.vangoghmuseum.nl
“The Pink Peach Tree”, van Gogh, 1888 – Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl

Quando van Gogh mudou-se para Paris, sua arte ganhou novas cores, mais claras e mais comerciais, já que o objetivo do pintor era comercializar portraits e paisagens para a alta sociedade. A princípio, essas obras pareciam inacabadas, com cores sem harmonia. Já na obra “The Bridge in the Rain”, feita na província da França, finalmente van Gogh concluiu que havia acertado os tons das cores.

"Bridge in The Rain", 1887 - Reprodução http://www.vangoghmuseum.nl
“Bridge in The Rain” – van Gogh, 1887 – Reprodução autorizada  http://www.vangoghmuseum.nl

 

Afinal, quem cortou a orelha de Vincent van Gogh?

Vincent van Gogh teve o lóbulo de sua orelha esquerda decepado. A história real por detrás dessa estória é um enigma até hoje. Dois historiadores alemães afirmam que o pintor perdeu a orelha em uma briga com seu amigo, o artista francês Paul Gauguin. A versão oficial sobre o lendário ato de auto-mutilação de van Gogh é que o pintor holandês, perturbado, cortou sua própria orelha com uma lâmina de barbear, em um acesso de loucura, depois que ele teve uma briga com Gauguin, em uma noite pouco antes do Natal de 1888.

Self Portrait - Van Gogh - Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl
Self Portrait – van Gogh – Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl

Sangrando muito, van Gogh envolveu sua cabeça com um pano, caminhou até um bordel nas proximidades e apresentou a orelha decepada à uma prostituta, que desmaiou quando ele a entregou. Ele então foi para casa dormir, em uma cama encharcada de sangue, onde quase sangrou até a morte, antes que a polícia, alertada pela prostituta, o encontrasse na manhã seguinte. Ele estava inconsciente e imediatamente foi levado ao hospital local. Assim que acordou, pediu para ver Gauguin, mas seu amigo se recusou a vê-lo.

Pail Gauguin - Van Gogh, 1888 - Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl
Paul Gauguin – van Gogh, 1888 – Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl

Um novo livro, publicado na Alemanha, argumenta que Vincent van Gogh pode ter inventado toda a história para proteger seu amigo Gauguin, um esgrimista afiado, que realmente o teria golpeado com uma espada durante uma acalorada discussão. Os historiadores dizem que a versão real dos eventos nunca veio à tona porque os dois homens mantiveram um “pacto de silêncio” – Há quem diga que van Gogh estava perdidamente apaixonado por seu amigo, Paul Gauguin, e queria poupá-lo de um processo.

Paul Gauguin - Van Gogh, 1888 - Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl
Paul Gauguin – van Gogh, 1888 – Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl

“A verdade é muito mais complexa do que a história que todos nós conhecemos. ” – afirma Hans Kaufmann, no livro “Pacto do Silencio”. “Na noite de 23 de dezembro de 1888, van Gogh, tomado por um ataque de uma doença metabólica, tornou-se muito agressivo quando Gauguin disse que estava deixando-o, mudando-se para Paris. Eles tiveram uma discussão acalorada e Vincent pode ter atacado seu amigo. Gauguin, querendo se livrar “do louco”, sacou sua arma e fez um movimento em direção à van Gogh, decepando sua orelha esquerda. Nós não sabemos com certeza se o golpe foi um acidente ou uma tentativa deliberada de ferir van Gogh, mas como era noite e estava escuro, suspeitamos que Gauguin não tinha a intenção de acertar van Gogh.” Gauguin deixou Arles no dia seguinte e os dois homens nunca se viram novamente.

Van Gogh e Paul Gauguin, 1888 - Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl
van Gogh e Paul Gauguin, 1888 – Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl

Em 1889, Vincent van Gogh, doente, foi internado na clínica psiquiátrica “Saint Paul de Mausoléu”, em Saint Rémy. No fim de sua vida, ele se concentrou menos nas cores de suas obras e experimentou principalmente a intensidade do uso gráfico.

"The Langlois Bridge", 1888 - Reprodução http://www.vangoghmuseum.nl
“The Langlois Bridge” – van Gogh, 1888 – Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl

Em maio de 1890, o mundo perdeu um grande artista. Vincent van Gogh, no auge de sua insanidade, suicidou-se com um tiro na cabeça, na frente de seu irmão Theo.

Self Portrait dedicado à Gauguin - Van Gogh - Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl
Self Portrait dedicado à Gauguin – van Gogh – Reprodução autorizada http://www.vangoghmuseum.nl

 

Após a imersão cultural do dia, meu estomago me lembrava que era hora de comer. Decidimos fazer um delicioso picnic no meu parque favorito: Vondelpark!

Vondelpark - Amsterdam
Vondelpark – Amsterdam

Como adoro o ambiente desse parque florido, alegre e sempre agitado. Pessoas de todas as idades passam o dia nos gramados bem cuidados, brincando com seus cachorros, andando de bicicleta ou tocando instrumentos musicais…

Vondelpark - Amsterdam
Vondelpark – Amsterdam

Ah, eu poderia morar em Amsterdam, mesmo apesar do frio constante!

Amsterdam
Amsterdam

 

RED LIGHT DISTRICT

Red Light District - Amsterdam
Red Light District – Amsterdam

Cai a noite em Amsterdam e a cidade começa a se transformar.

Red Light District - Amsterdam
Amsterdam

A noite nos esperava, então, fomos para a Red Light District, região badalada de Amsterdam e conhecida mundialmente por seus pubs, coffee shops e também pelas vitrines de prostitutas.

Red Light District - Amsterdam
Red Light District – Amsterdam

Escolhemos um pub delicioso, onde tocava uma boa música. Optamos por shots de Jargeimeister, para esquentar. Após um “aquecimento”, fomos pra balada “The Last Waterholle”, onde terminaríamos a nossa “saga das 24 horas em Amsterdam”.

Red Light District - Amsterdam
Red Light District – Amsterdam

Amanhã nos vemos no Vondelpark?

Até ja!

24 horas em Amsterdam – A Casa de Anne Frank

24 Horas em Amsterdam – Post 1

O despertador tocou as oito horas em ponto, no meu celular. Apesar de eu estar super quentinha no meu saco de dormir, pulei da cama e fui olhar pela janela. Ainda estava escuro! Será que o dia nem vai clarear? – pensei, sorrindo. Simplesmente amo Amsterdam!

Amsterdam

Teria que me apressar. Iria encontrar a Hannah na Central Station às 09:25, no trem que chegaria de Cologne, na Alemanha. Corri pro café mirrado do albergue: duas torradas com creme de amendoim e uma xícara de café com leite, e então, pus o nariz na rua, enfrentando o “freezer do mundo”!

 

Amsterdam
Amsterdam

Hannah é alemã, e nos tornarmos amigas em 2008, na Grécia, durante minha primeira expedição fotográfica, a “Expedição Mediterrânea”. Meses depois, ela veio me visitar no Brasil e ficou um tempão. Esta era minha vez de visitá-la na Europa. O plano era nos encontrarmos e passarmos 24 horas em Amsterdam, fazendo tudo que conseguíssemos. Nada de cochilos, e dormir a noite, nem pensar!!

 

Amsterdam
Amsterdam

Quando estávamos na Grécia, com um grupo de amigos, decidimos fazer uma noite de despedida com a turma. Teria que ser uma noite “típica grega”! Fomos `a um restaurante grego, provamos comidas e bebidas típicas, caímos na melhor balada de Santorini. No Brasil, fizemos o mesmo, indo ao ensaio de uma escola de samba, comendo cachorro quente na rua, curtindo os barzinhos da Vila Madalena e a paradisíaca praia de Maresias. Aqui, decidimos enfrentar 24 horas ininterruptas, na encantadora cidade dos canais.

Amsterdam
Hannah

Desafio número 1: achá-la na Central Station – missão cumprida após uma hora de atraso, na porta da estação de trem. Aliás, falando na Central Station, todas as vezes que venho à Amsterdam, emociono-me ao olhar a estação de frente, tentando imaginar a dor e tristeza dos milhões de judeus que embarcaram ali para os campos de concentração de Auschwitz, e tantos outros caminhos da morte. Sinto minha nunca arrepiar.

Holocaust's Day
Holocaust’s Day

Decidimos visitar o museu “A Casa de Anne Frank”, garota-símbolo do Holocausto, representando o sofrimentos de tantos judeus. Saímos caminhando de braços dados, por causa do frio que congelava a ponta do meu nariz. É engraçado demais andar por Amsterdam, já que nos perdemos em cada esquina. Todas as ruas parecem iguais e tem nomes impronunciáveis, até mesmo para uma alemã! Mas a idéia era mesmo bater papo, desfrutar da paisagem, da tranqüilidade, do silêncio e do frio das ruas holandesas: nesse dia, 6 graus com sensação térmica de -1 e 93% de umidade!

Amsterdam
Amsterdam

Caminhamos saltitantes, sorridentes. Estávamos felizes  por nosso combinado e re-combinado encontro nas ruas de Amsterdam, ter dado certo.

Enquanto nos divertíamos, eu aproveitava pra fotografar a arquitetura, os coloridos grafites, as charmosas bicicletas.

Amsterdam
Amsterdam

 

A Casa de Anne Frank

Já fui mais de dez vezes pra Amsterdam, e a cada visita, a cidade revela-me uma faceta diferente, uma feira charmosa, um novo museu, e muitos conhecimentos. A arte é democrática e a cultura também, sendo acessível à todos.

Amsterdam
Amsterdam

Na última vez que estive na cidade, visitei o museu da casa de Anne Frank e comprei um livro que contava os últimos sete meses da vida dela, nos campos de concentração. Até então, eu não havia lido seu diário, reproduzido anteriormente. Desta vez, li dias antes de embarcar, e a proximidade emocional que senti daquela menina sensível com furinho no queixo, me fez chorar. Olho para Hannah ao meu lado e noto as lágrimas escorrendo por seu rosto também.

Anne Frank viveu com sua família (pai, mãe e irmã) e mais quatro pessoas, escondida em um anexo atrás do armazém de seu pai, por mais de dois anos, até serem entregues aos nazistas, e então, levados aos campos de concentração. O único sobrevivente foi seu pai, Otto Frank, que retornou ao esconderijo e encontrou o diário que Anne escreveu durante seus dias escuros e tristes, tomados pelo medo. Mas a grande descoberta dele e do mundo, após a publicação do diário, em 85 idiomas, foi que Anne Frank, apesar do trágico momento em que vivia, era uma garota feliz, cheia de sonhos e vontade de viver. Ela era dotada de uma profundidade emocional e criativa, inimagináveis até mesmo por seus parentes mais próximos. Na saída do museu, podemos ver um relato de Otto Frank, em vídeo. A conclusão dele é que “muitos pais não conhecem realmente seus filhos”.

A pequena Anne amava quando Biep e Mep (pessoas que os ajudaram durante o período no anexo) levavam pra ela revistas de astros de cinema. Ela os recortava e decorava as paredes de seu quarto. As figuras ainda estão coladas ali no museu, e essa visão tão íntima de seu cotidiano tocou meu coração. Foi como se eu estivesse tendo a oportunidade de conhecer seus amigos imaginários, e assim, estar mais perto dela. A tristeza é grande.

Saímos do museu e nos sentamos em um café pra falarmos um pouco a respeito. Os olhos das duas estavam vermelhos, não podíamos evitar. Revelávamos o pesar que estávamos sentindo.

Eu quis saber um pouco mais sobre os pontos de vista da Hannah. Pelo fato de ser alemã, ela me disse a importância de estar ali, humanizando a história vivida tão intensamente há duas gerações antes da dela, em sua própria família. Contou-me que há muitos idosos alcoólatras na Alemanha, que vivem bebendo suas mágoas, dores e perdas, por uma vida inteira… Seus pais falam sobre esse momento tão duro com frequência, já que seu avô resistiu `a um campo de prisioneiros. Contou-me que na Alemanha, os homens podem escolher quais ações militares desejam exercer. Seu pai, nos anos 70, trabalhou em um orfanato de crianças “filhos da guerra”.

“Hoje em dia, as fronteiras são menos importantes na Europa. Todos somos iguais e só a língua é diferente”- me diz ela. Pergunto se ainda é perceptível algum tipo de racismo remanescente daquela época, e ela me diz que não, mas que a “culpa coletiva do povo alemão” ainda persiste. “Como é possível o ser humano ser tão cruel?”- emociona-se.

“E pensar que situações assim ainda acontecem em muitas partes do mundo…”, concluo. Nos calamos pensativas e finalizamos nosso intercambio cultural sobre o Holocausto com uma última pergunta que faço pra minha amiga:

– O que significa PAZ pra você?

Hannah: “Eu acho que o mais importante é a reflexão sobre si mesmo. Não julgue, compreenda. E claro, os direitos humanos!”

É, a PAZ é sempre um assunto sobre o qual devemos refletir, certo?

Então, finalizo este post com um pedacinho do MANIFESTO 2000 (UNESCO)

CARTA POR UM MUNDO SEM VIOLÊNCIA

A violência é uma doença passível de prevenção

“Nenhum estado ou indivíduo pode estar seguro em meio a um mundo sem segurança. Os valores de não violência na intenção, no pensamento e na ação se transformaram de opção em necessidade. Esses valores encontram expressão na sua aplicação entre estados, grupos e indivíduos.”

Namaste!

Beijo grande e até já, com a noite de Amsterdam! 😉

EMBARCADA NO TUC TUC DO RIO MEKONG

Mae Nam Khong, a Mãe das águas – Post 3

O grupo que embarcou comigo rumo ao Laos, em um pequeno barco de madeira, era jovem e exclusivamente de gringos.

Logo sentaram-se em círculo e começaram um animadíssimo jogo de cartas regado à muita bebida alcoólica. Consistia em algo onde todos pareciam estar com azar e terem que beber generosas doses de vodca e cerveja. Imaginei o resultado daquela farra dali algumas horas, com a temperatura de 40 graus, no meio do nada.

Preferi me acomodar em um canto e fotografar a população ribeirinha que se apresentava na maior simpatia à minha frente.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Eu estava feliz em conhecer o Sr. Mekong.

Pescadores, jovens monges, búfalos magrelos e crianças nuas se divertiam nas águas do rio.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

O rio Mekong é vida para todos esses povos, pensei. É destas águas que eles tiram sua subsistência. Essas pessoas só existem aqui, porque este caudaloso rio também existe. Estima-se que por volta de 40 milhões de famílias rurais dependam do rio para seu sustento.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

O ecossistema do Rio Mekong é riquíssimo, só perdendo para o Rio Amazonas, no Brasil. Estima-se que suas águas caudalosas sejam moradia e sustento de mais de 20 mil espécies de plantas, 430 mamíferos, 1.200 pássaros, 800 répteis e anfíbios além de 850 espécies de peixes. Novas espécies sempre são encontradas. Em 2009, 145 espécies foram catalogadas.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Nenhum outro rio do mundo abriga tantos tipos de peixes gigantes, alguns podendo chegar até 300 quilos!! Existe também um golfinho que habita suas águas, além de um tipo de crocodilo bem agressivo.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Há mais barcos por metro quadrado nas águas do Rio Mekong do que em qualquer outro rio do “Planeta Água”. A pescaria fornece à população ribeirinha 4,5 milhões de toneladas de peixes por ano. (oi? – isso mesmo! 4,5 milhões de toneladas), mais 500 mil toneladas de outros animais aquáticos, girando a fortuna de 7 bilhões de dólares/ ano.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Triangulo Dourado

 De repente, em meio à paisagem já monótona, vejo um amontoado de pequenos barcos coloridos e dezenas de pessoas que chamam minha atenção, na margem oposta. Não entendo de imediato, mas a lente da minha camera, através do zoom, revela-me uma cena fantástica! Dezenas de pessoas nos acenam enquanto garimpam! Eles garimpam ouro!! Eu não sabia disso até então e foi uma grande surpresa pra mim! Aquele momento ficará guardado para sempre na minha memória e nas das marcantes imagens que capturei.

Gold Mining - Mae Nam Khong
Gold Mining – Mae Nam Khong

Milhares de trabalhadores rurais estão envolvidos na mineração de ouro nas margens do Rio Mekong, no Laos.

Gold Mining - Mae Nam Khong
Gold Mining – Mae Nam Khong

Uma operadora australiana, pra qual a maioria trabalhava, foi acusada de contaminar as águas, especialmente com cianeto e mercúrio. Todos os trabalhadores foram mandados embora.

Gold Mining - Mae Nam Khong
Gold Mining – Mae Nam Khong

A empresa diz ter tomado medidas ambientais, mas especialistas sugerem que em 10 anos, as águas possam estar condenadas, colocando em risco a população local e todo o rico ecossistema do Rio Mekong.

Gold Mining - Mae Nam Khong
Gold Mining – Mae Nam Khong

Acampamento selvagem

No fim do dia, o barco atraca. Sem uma palavra em inglês, mandam-nos sair, com gestos ostensivos. O grupo de gringos, incluindo eu, ficou extremamente confuso. O que estava acontecendo? Onde estávamos? Não deveríamos chegar `a uma vila onde iríamos pernoitar? Foi o único momento em que realmente senti-me vulnerável. Se quisessem nos seqüestrar, levar todas as nossas coisas, nunca alguém descobriria!

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Seguimos em fila indiana, como verdadeiros refugiados (mais uma vez), subindo e descendo encostas de areia, carregando nossas enormes mochilas.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Para nossa surpresa, após cruzarmos uma tribo onde todas as crianças (e alguns adolescentes) estavam nus, nos olhando curiosos, chegamos `a uma prainha, na beira do rio. Fogueiras estavam acesas e as pessoas locais tentavam nos vender café, cerveja, ópio, sanduiches de ovo e até uma vaga pra dormir no barco deles. A noite prometia ser fria e longa.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Após minutos de confusão, compreendi que teríamos que pernoitar ali mesmo, na areia. Era época de seca e o rio estava baixo demais pra navegarmos noite adentro. Não conseguiríamos chegar ao lugar pretendido, a tal pousada reservada e paga posteriormente.

Juntamos nossas mochilas ao redor de uma fogueira e as prendi com aquele cabo de aço que usamos nas bicicletas, sabe? Sempre carrego um nas viagens longas e é extremamente útil. Nos cobrimos com sacos de dormir e comecei a preparar algumas comidinhas desidratadas que tinha comigo. Agradeci profundamente por ser a “expedicionária mais prevenida e equipada de toda a Ásia”!! Gritei um Salve ao Pedro da Proativa 21, agradeci `a Deuter, Sea to Summit, Princeton Tec e todos os apoiadores da Expedição Indochina pelos equipamentos oferecidos, que me permitiram dormir, ao menos, abrigada do frio e da chuva fina que caiu naquela madrugada. Antes disso, o espetáculo das estrelas cadentes deixou sua marca registrada!

– Quantas pessoas não pagariam caro pra ter uma aventura como essa?  Fogueira na praia, céu estrelado e cerveja gelada! – Comento com meu amigo chileno. Caímos na risada. Estávamos todos espremidos e cansados demais para maiores considerações.

Deixei minha criatividade voar mais uma vez e fiquei imaginando mil aventuras naquele cenário surreal. Acampar na beira do Rio Mekong definitivamente não estava nos meus mais mirabolantes planos.

Acordei com frio ao amanhecer e fui me reabastecer com um sanduiche de ovo e café quente na fogueira. Mais um dia no Rio Mekong começava. Laos me esperava.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

BYE, BYE, TRIANGULO DOURADO

Mae Nam Khong, a Mãe das águas – Post 2

Fiquei feliz ao despedir-me do clima hostil que senti na região do Triangulo Dourado. Pela primeira vez, em 3 meses na Ásia, vi soldados fortemente armados nas ruas. Entendi o motivo: ali é a zona do sudeste asiático de maior conflito, por conta do comércio de ópio para a fabricação de heroína. Senti-me aliviada quando estava no onibus, seguindo para a deliciosa cidade dos elefantes, reggae e tantas cores tribais.

A felicidade durou pouco já que meu corpo doía e o cansaço tomou conta de mim. O temor daquelas estradas em forma de serpentes não me deixava pregar os olhos. Cheguei `a Chiang Mai trançando as pernas, tamanha exaustão! Mal podia carregar minhas mochilas pesadas. Ainda estava escuro, e segui de tuc tuc para o bairro dos albergues.

Tuc tuc
Tuc tuc

Sentei–me na porta do pequeno hotel que me hospedei na ultima vez. Esperei, esperei e esperei… por horas! Finalmente, a cidade começou a despertar. O aroma característico das manhãs tailandesas invadiu o ar: cheiro de sopa de peixe. Os ratos gigantescos faziam a festa, indo de lixo em lixo, o que me deixava arrepiada. Tenho aflição de ratos. Pronto, falei. Nesse mesmo albergue, da outra vez, um pulou no meu pé no café da manhã e tive um chilique! A gerente ficou brava, dizendo que era “apenas um rato!”. Bem, cá estava eu novamente…

Finalmente, consegui uma cama dura, em um quarto claro demais pra minha vista cansada. Despenquei em um sono profundo por horas. Quando despertei, fiquei feliz ao me lembrar onde estava. Chiang Mai! Oba! A “Terra dos Elefantes”! Pulei da cama e fui reservar minha ida para o Laos. A saída estava planejada para o dia seguinte.

A aventura está apenas começando

Por quase um dia inteiro sacolejei espremida com um grupo de turistas, entre malas empoeiradas, em uma van. Parecíamos refugiados em algum canto remoto da Terra. Minha mochila que estava no teto do carro despencou, dando muitas cambalhotas na estrada de terra seca. Um rapaz chileno fez a gentileza de resgatá-la. Após duas trocas de carros, chegamos `a um pequeno hotel onde pernoitaríamos. Deixamos, desconfiados, nossos passaportes, dinheiro para as taxas e fotos para o visto do Laos com um funcionário da agencia que estava nos acompanhando. Esse mesmo rapaz acabou convencendo-nos a deixarmos uma pousada paga, em uma aldeia qualquer, na qual pernoitaríamos na beira do Rio Mekong, durante a travessia.

Após mais um dia inteiro de “sobe e desce” em tucs tucs e barcos, paradas para os tramites de fronteiras, finalmente estávamos navegando pelas históricas águas do Mekong, rio que foi palco de tantas batalhas.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Pra mim, essa sempre foi uma parte boa das expedições: através de minhas pesquisas, deixar meus pensamentos me levarem de volta no tempo, e assim, degustar demoradamente as sensações que um palco como este me oferece. Imaginar o que se passou por ali, sentindo pessoalmente a temperatura, os cheiros, os sons… Confesso que me transporto.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Como previsto, essa viagem seria inesquecível…

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

 História do Rio Mekong

Os primeiros conhecimentos sobre civilizações do rio Mekong vem de 210 a.C. No século I, o povo Khmer começou a se instalar às margens do rio.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Os europeus descobriram o rio em 1540, através dos portugueses. Moedas romanas foram encontradas em escavações. A França invadiu a região na metade do século XIX e estabeleceu o protetorado sobre o Cambodia em 1863. Até o início do século XX, a França estendeu seu domínio pelo rio até o Laos, invasão que durou até a Primeira e Segunda Guerra da Indochina, as quais expulsaram os franceses, transformando a região em colônia, com suporte governamental americano.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Durante a Guerra da Indochina, nos anos 1970, uma significativa quantidade de explosivos afundou no Rio Mekong, em território cambodiano. Além de representar um perigo terrível aos pescadores, é um desafio constante para os engenheiros, na construção de pontes e redes de irrigação.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Enquanto degustava minhas emoções, a pequena embarcação ia ganhando mais e mais passageiros. O primeiro dia no Rio Mekong estava apenas começando…

A SAGA PELO TRIANGULO DOURADO

Mae Nam Khong, a Mãe das águas – Post 1

Desde que embarquei pra Expedição Indochina, em 2010, sentia-me ansiosa e apreensiva quando pensava na travessia que estava planejando fazer: embarcar em um “casquinho” de madeira e descer o Rio Mekong, do máximo ao norte onde eu conseguisse chegar (Myanmar), e atravessar a fronteira para o Laos. Queria conhecer de perto esse rio histórico, rico em seu ecossistema e na cultura dos povos ribeirinhos. Ansiava por essa imersão (não no rio, claro!).

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

O Mekong nasce na China, atravessa Myanmar, Laos, Tailandia, Cambodia e desagua no delta do Vietnam. É o décimo segundo rio mais longo do mundo, com estimados 4.350 kms. A tradução do seu nome, Mekong (Mae Nam Khong) significa “Mãe das Águas”.

Mekong River
Mekong River

Eu havia pesquisado muito a respeito do trajeto, mas não tinha conseguido informações relevantes sobre como chegar até um ponto do rio, ao norte, no Triangulo Dourado. A idéia era embarcar por três dias, pelas águas turbulentas e cheias de pedras, do importante rio asiático. A extrema variação sazonal no fluxo do rio pode transformar a travessia em uma aventura bastante perigosa.

Mae Nam Khong
Mae Nam Khong

Um ‘Salve’ à quem inventou os mapas!

Partindo de Pai, no norte da Tailandia, peguei um ônibus literalmente caindo aos pedaços, viajei a tarde inteira até chegar `a uma cidadezinha que pensava ser a ideal para pernoitar, e então, seguir para Ta Ton, destino final (no meu mapa). Estava enganada.

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No destino final, ninguém sabia me informar a respeito dessa “minha” rota. Enquanto sorriam, sem entender meu ingles, aproveitavam pra me oferecer um peixe assado na brasa. Bem, por que não? Na diminuta rodoviária de Mae Hong Son, aceito um dos peixes mais gostosos que já comi na vida, antes de decidir o que faria a seguir.

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Por fim, opto por ir um pouco mais adiante, seguindo em uma van até a próxima estação rodoviária. Antes não tivesse ido…

Isolada no meio de campos rurais, a rodoviária parecia um estacionamento abandonado, literalmente às moscas. A noite já avançava e comecei a ficar preocupada. Pra onde deveria seguir? Onde deveria pernoitar? Sentia o cansaço pedindo passagem.

O funcionário da rodoviária não conseguia se comunicar em inglês comigo e então, em um mapa, o seu dedo de unha preta apontou-me quão longe eu estava do meu “destino pretendido”. Oh, my Buddha!!…

Com a ajuda do Buddha…

Àquela altura eu não tinha muitas opções: deveria voltar à “cidadezinha do peixe assado” e pernoitar, poderia alugar um taxi e me arriscar em uma viagem não planejada, na qual constava inclusive a travessia da fronteira pro país vizinho, Laos, e uma última alternativa que foi minha escolha. Esperaria o próximo ônibus, não importava o horário, e embarcaria pra qualquer lugar longe dali.

Desanimada, brincava com a fumaça de um incenso pra me manter acordada. Aguardava que Buddha despertasse do Nirvana e descesse dos céus asiáticos pra me orientar, quando uma cena inusitada chamou minha atenção. Uma mulher de uns 40 anos abanava as mãos pra mim, apontando sorridente pra sua gigantesca e pesada máquina de costura antiga, pronunciando a palavra “City! City!”. Sorri e balancei a cabeça compreendendo que a sua ansiedade de seguir para qualquer cidade longe daquele fim de mundo deveria ser como a minha: grande demais (como sua máquina de ferro fundido). Lembro-me que nem estranhei o fato de ela levar aquele trambolho no ônibus. Ja tinha visto gente carregando coisas bem mais bizarras do que aquela, durante minhas andanças pelo sudeste asiático.

De repente, como um estalo enviado por Buddha, me veio o pensamento de perguntar pra QUAL “city” a “costureira” estava indo!! Depois de muitos gestos, ela escancara sua simpatia de dentes brancos e responde: Chiang Mai! Uau… era tudo que eu precisava.! Um ônibus que saísse daquele beco sem saída do mundo e fosse diretamente pra minha velha conhecida e amada, Chiang Mai! 🙂 A partir de lá, eu sabia exatamente como embarcar no Rio Mekong com destino ao Laos.

Senti um alívio tremendo e corri pra comprar o ticket do onibus. Era meu passaporte pra liberdade, mas significava que eu passaria as próximas doze horas sacolejando em um ônibus despedaçado, carregado de bagagens, sem ar condicionado, no calor tailandês. Era o que eu tinha! Melhor do que dormir no banco de cimento da rodoviária rural, certo?

Namaste, Buddha!! Te devo essa!

Buddha
Buddha

OS ENCANTOS DO LAGO DE COMO

Um passeio por um dos lugares mais belos da Itália

O Lago de Como é considerado um dos lugares mais lindos da Itália. De origem glacial, está situado na Lombardia, nos pés dos Alpes suíços. É o terceiro maior lago da Itália, com 146 metros quadrados, e um dos mais profundos da Europa, com 416 metros de profundidade.

Lago di Como
Lago di Como

Essa belíssima região, que atraía aristocratas e famílias abonadas desde o tempo dos romanos, possui deslumbrantes palácios e vilas, que atualmente funcionam como hotéis de luxo ou casas de veraneio de celebridades. Madonna, George Clooney, Gianni Versace e até mesmo Ronaldinho mantém seus palacetes de frente pras águas de Como.

Civenna - Italia - Valeria Zoppello
Lago de Como – Itália

Com formato de “Y”, o ramo inferior do Lago de Como é chamado de Lecco. Sua outra perna alongada é denominada Colico. A perna de Como é dividida em tres baías: a primeira delimitada pela cidade de Como, de Moltrasio e Torno, a segunda em Laglio e Nesso e a terceira, de Bellagio à Ponta Balbianello.

Mapa do Lago de Como
Mapa do Lago de Como

O clima é mediterrâneo, graças à rica vegetação costeira lotada de flores como azaléias e camélias, além de palmeiras e oliveiras.

Villa del Melzzi
Villa Melzi

As estações são bem marcadas, com inverno nevado e primavera incrivelmente florida e colorida.

Lago di Como
Lago di Como

O outono traz nuances de amarelo e vermelho.

Lago di Como
Lago di Como

E o verão, ensolarado e quente, é agitado por eventos musicais, culturais e esportivos.

Lago di Como
Lago di Como

A única ilha do lago é Isola, onde é produzido um azeite artesanal de excelente qualidade, mas em quantidade limitadíssima.

Lago di Como
Lago di Como

A cidade de Como, que abraça a baía do lago é uma das mais antigas e famosas da Lombardia, conhecida no mundo todo pela beleza e charme, mas também por sua indústria têxtil, especialmente seda. A pequena comunidade também hospeda interessantes monumentos históricos de épocas diversas.

Lago di Como
Lago di Como

Ossucio

Ossucio é uma cidade de origem pré-romana, como evidenciado pelo altar no qual é legível o nome do povo que ali habitava: “Ausuciates”. A região é rica em depoimentos históricos e abriga o magnífico Palacio Della Torre e a bela Igreja Romanica de SS.

Lago di Como
Lago di Como

Lenno 

Onde inicia-se a costa chamada Tremezzina, encontra-se a cidade de Lenno, centro antiquíssimo, como denunciam os túmulos e objetos encontrados em escavações. Segundo a história, ali existia uma vila chamada Comoedia, construída no primeiro século d.C.

Lago di Como
Lago di Como

Costeando Lenno, é possível avistar a magnífica Villa Balbianello, construída em 700 d.C. pelo Cardeal Angelo Maria Durini.

Villa Balbianello
Villa Balbianello

Tremezzo

Tremezzo é, sem dúvida, uma das regiões mais turísticas da região central do Lago de Como, conhecida por sua esplendida vista de Bellagio e do sul de Grigne. Zona pontilhada por pequenas vilas majestosas e localidade do imperativo Grande Hotel, construído no século 13. A região de Rogaro proporciona um passeio delicioso entre ruelas estreitas e charmosas onde pode-se observar as ruínas de uma torre medieval.

Grande Hotel - Tremezzo
Grande Hotel – Tremezzo

História

Impossível não refletir sobre a história da Lombardia enquanto caminhamos por suas ruas de pedras gastas. A história tem o seu peso. Lombardia foi habitada pelo menos desde o segundo milênio a.C. (!), fato comprovado por achados geológicos de cerâmicas, flechas, machados e pedras esculpidas. Nos séculos seguintes, foi ocupada por tribos etruscas, e mais tarde, a partir do século 5 a.C., foi invadida por povos de origem Celta. Após séculos de batalhas, toda a região foi tomada pelos romanos, onde fundaram a Província de Gália. Após a queda do Império Ocidental, Lombardia sofreu intensamente com invasões dos povos bárbaros, que se estabeleceram na região e deram o nome de Longobardi. 

Varenna - Lago di Como
Varenna – Lago di Como

Villa Carlotta

Não é à toa que Villa Carlotta é a construção mais famosa de Tremezzo. Vista imperdível, de rara beleza! A propriedade é uma sucessão de obras-primas da natureza, e artes produzidas pelo homem, em harmonia sem igual.

Lago di Como
Lago di Como

Datada de 1600, a vila que foi residência do marques Giorgio Clerici, abriga um magnífico jardim, estátuas e fontes. Nas mãos do sucessivo proprietário, Gianbattista Sommariva, empreendedor e colecionador de arte da época napoleônica, a vila alcançou o máximo de seu esplendor, enriquecida com obras de Canova, Thorvaldsen e Hayez. No século 19, foi doada à belíssima Carlotta Di Nassau, na ocasião de seu matrimonio com Giorgio II. Ele, sendo um botânico apaixonado, deu o requinte final à construção quando fez o mais belo jardim recheado de plantas exóticas e variadas flores italianas. Um verdadeiro paraíso!

Lago di Como
Lago di Como

Mennagio

A comunidade de Menaggio encontra-se na parte central do Lago de Como. Essa localização geográfica faz dela um importante centro comercial e turístico, graças ao clima sempre suave. A privilegiada posição entre lago e montanha faz de Menaggio o melhor ponto de partida de excursões pela região.

Menaggio - Lago di Como
Menaggio – Lago di Como

Há uma belíssima caminhada ao sul do lago, de onde pode-se admirar o recente Monumento alla Tessitrice. Menaggio é um centro de origem medieval, recheado de igrejas encantadoras datadas dos séculos 12 e 13, com afrescos e obras preservadíssimas.

Menaggio - Lago di Como
Menaggio – Lago di Como

Outro edifício histórico importante é o Castello di Menaggio, construído no século 10. Em um dos pontos mais altos da cadeia montanhosa do Lago de Como está a iconica Igreja de San Martino. No final de uma caminhada convidativa aos mais dispostos, esta pequenina igreja se posta como uma recompensa em uma das vistas mais espetaculares da Itália.

Chiesetta di San Martino
Chiesetta di San Martino

Colico 

A cidade de Colico é a última localizada na parte oriental de Lario, defronte ao monte mais alto de Como, com 2.608 metros de altura. Habitada desde a época romana e pré-romana, representa um ponto estratégico de convergência entre as estradas provenientes de Lecco, Chiavenna e Sondrio. Essa zona é o ponto-chave para os praticantes de vela e windsurf.

Lago di Como
Lago di Como

Varenna

Varenna é um importante ponto turístico com típicas ruelas históricas, onde podemos apreciar artistas trabalhando em suas obras, como pinturas em telas, rendas e mosaicos. Turistas deleitam-se fazendo aulas de pintura ao ar livre, lendo um livro à beira do lago ou degustando um delicioso vinho regional.

Varenna - Lago di Como
Varenna – Lago di Como

Antiga vila de pescadores, hoje é uma aldeia rica em lojas, ateliês e convidativos restaurantes. Em Varenna, localiza-se o notável Museu Cívico Ornitológico Luigi Scanagatta, onde estão conservadas mas de trezentas espécies de pássaros de todo o vale do Lago de Como.

Varenna - Lago di Como
Varenna – Lago di Como

Bellagio

Bellagio é a aldeia mais famosa do Lago de Como e conhecida carinhosamente como A Pérola do Lago.

Bellagio - Lago di Como
Bellagio – Lago di Como

O nome dessa cidadezinha deriva da terminação latina bilacus, que significa bifurcação. Graças à sua particular localização, Bellagio oferece aos turistas um esplêndido panorama do lago.

Bellagio - Lago di Como
Bellagio – Lago di Como

Charmosamente construída, Bellagio possui praças encantadoras, casinhas coladas umas às outras, pintadas com cores suaves, em ruelas estreitas de chão de pedra bruta.

Bellagio - Lago di Como
Bellagio – Lago di Como

Uma antiga aldeia e um castelo medievais fortificados foram transformados em luxuosos hotéis e pequenas lojas elegantes.

Bellagio - Lago di Como
Bellagio – Lago di Como

Villa Melzi

Sem dúvida, outro ponto notável de Bellagio é a Villa Melzi, construída entre 1808 e 1810 pelo vice presidente Francesco Melzi d’Eril, para ser sua casa de veraneio.

Villa Melzi - Lago di Como
Villa Melzi – Lago di Como

Inteiramente circundada por um magnífico e bem cuidado jardim em estilo inglês, inclinado para a face sul do lago, atualmente é um pequeno parque, ideal para relaxar em um piquenique na beira d’água, namorar ou apreciar as flores e a esplendorosa paisagem.

Villa Melzi - Lago di Como
Villa Melzi – Lago di Como

Villa Melzi abriga também esculturas de artistas de renome da época napoleônica, um pequeno museu com peças romanas e pré-romanas, sem contar com a importante capela que abriga a tumba de Francesco Melzi até os dias de hoje.

Villa Melzi
Villa Melzi

Para se ter uma ideia, seu jardim já foi considerado o mais belo de toda a Itália!

Villa Melzi - Lago di Como
Villa Melzi – Lago di Como

O centrinho de Bellagio é um deleite aos amantes de compras e da gastronomia local. Lojas com peças finíssimas de seda, artesanatos em vidro, taças de cristais e uma pequena maquetaria de mais de 200 anos, abrem suas portas diariamente para os turistas.

Bellagio - Lago di Como
Bellagio – Lago di Como

Aposto que a essa altura você já está pensando em fazer suas malas e embarcar rumo ao Lago de Como. Para lhe estimular um pouco mais nessa jornada, caro leitor, atesto: é mesmo delicioso sentar-se em um dos restaurantes que beiram o lago para degustar um exagerado gelato, um café italiano, uma taça de vinho ou um drinque caprichado, sentindo o tempo passar lentamente…

Saúde
Salute!

Certamente, a paixão pelo Lago de Como ira lhe acometer!

Valéria Zoppello
Valéria Zoppello

NO REINO DAS MULHERES-GIRAFA

Desde que comecei a planejar minha viagem à Ásia, eu esperava pelo dia em que visitaria a tribo das “mulheres-girafa”, integrantes da comunidade karen-padaung. O sonho quase impossível estava prestes a se tornar realidade: iria finalmente conhece-las e fotografá-las no lugar onde vivem, no norte da Tailandia.

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Logo na entrada da aldeia em Chiang Dav, vejo crianças correndo e sorrindo. Aprendi, em minhas viagens, que o comportamento das crianças constitui um excelente termômetro pra medir o clima psicológico das comunidades a serem visitadas. As crianças são espontâneas e permeáveis, e seus olhinhos, verdadeiras janelas da alma, revelam logo se estão felizes ou não.

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A etnia karen, da qual os padaungs fazem parte, possui uma tradição cultural muito remota e antiga. O fato de seus membros se protegerem mutuamente constitui a base da sua organização social. Suas tradições, desenvolvidas ao longo de muitos séculos, são cheias de detalhes particulares. Toda a comunidade trabalha para que tais detalhes não sejam esquecidos.

Índia "Orelha Grande"
Índia “Orelha Grande”

Uma primeira característica que chama a atenção de quem os visita é a beleza das mulheres karens. James, um amigo francês, logo se agacha e começa a se divertir com a meninada, fazendo-os rir muito. Aquele seria mais um desses dias mágicos que às vezes acontecem durante as viagens. A luz estava perfeita para fotografar, as cores, vibrantes, as mulheres, lindas.

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Na entrada da aldeia, ao lado de uma rua de terra batida, alguns pequenos bangalôs exibem artesanatos maravilhosos: echarpes coloridas, anéis, bolsas… Uma infinidade de cores. Eu estava entrando no reino dos “Orelhas Longas”, como também são conhecidos os karen-padaungs.

Índia "Orelha Grande"
Índia “Orelha Grande”

Eles constituem um dos povos mais antigos do sudeste asiático. Já habitavam essas montanhas bem antes de a região ser subdividida em muitas nações.

Tribo karen-padaung
Tribo karen-padaung

Para eles, a orelha é uma das partes mais sagradas do corpo humano. Por isso, tornou-se um importante ponto de adorno. Na mulher, a orelha adornada exprime a beleza; no homem, exprime a força. Na comunidade que estávamos visitando, essa tradição, hoje, é mantida apenas pelas mulheres casadas.

Índia "Orelha Grande"
Índia “Orelha Grande”

Boa parte dos karens migrou da região do Triângulo Dourado, em Mianmar (a antiga Birmânia), para se estabelecer no norte da Tailândia. A etnia é, na verdade, uma confederação de várias tribos intimamente relacionadas. Cada uma das suas aldeias possui dialetos próprios, bem como distintos padrões de beleza e de costumes.

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Alguns passos mais e encaro a cena tão esperada, e que até então só vira em documentários: o grupo das “mulheres-girafa”, ou karen baan thaton. A expressão “mulher-girafa” (“long neck”, em inglês) deriva de um curioso costume das mulheres dessa tribo: elas usam grandes anéis de latão ao redor do pescoço. Isso os faz parecer muito mais compridos do que o normal. Fico atônita diante das emoções que sinto: elas são lindas, e tão coloridas, mas os anéis no pescoço me causam estranheza e desconforto.

Long Neck Karen
Long Neck Karen

Diante de sua barraca de artesanatos, uma senhora permanece sentada a sorrir para mim. Tem o pescoço literalmente coberto por uma sucessão de anéis de metal. Logo à sua frente está um objeto igual, em exposição

– Como é pesado! – exclamo, segurando os anéis. – Devem pesar uns cinco quilos!

Long Neck Karen
Long Neck Karen

Além de usar anéis no pescoço, braços e pernas, essas mulheres muitas vezes enfeitam suas orelhas com vários brincos e adornos de marfim. Os anéis no pescoço são sinal de beleza e status. Eles começam a ser colocados nas meninas por volta dos 5-6 anos de idade. A cada ano que passa, outros anéis são adicionados.

Long Neck Karen
Long Neck Karen

Uma mulher adulta usa 37 anéis de bronze em volta do pescoço e esse é considerado o número ideal.

Long Neck Karen
Long Neck Karen

Enquanto fotografava, ouvi um guia dando explicações interessantes. Ele dizia que, em Mianmar, membros da tribo eram constantemente atacadas por tigres. As mulheres acreditavam que se usassem aqueles anéis no pescoço os tigres não as matariam. Disse também que se uma mulher tirasse esse adorno e “fosse para a cidade”, ao voltar não seria mais aceita na comunidade, “por trazer com ela os maus espíritos”.

Long Neck Karen
Long Neck Karen

Os anéis dos braços podem ser colocados do pulso até os cotovelos e os das pernas, do tornozelo até os joelhos. Esses anéis são revestidos de tecido.

Long Neck Karen
Long Neck Karen

Passei uma tarde encantada em companhia dessas belas meninas com rostinhos pintados, e das mulheres Karen adultas que produziam estonteantes echarpes em seus teares manuais.

Long Neck Karen
Long Neck Karen

Anéis: sinal de beleza e de riqueza

 Muitos conhecem os karens radicados no norte da Tailândia como povo das mulheres-girafa . Mas as mulheres que usam esses anéis de latão ao redor do pescoço pertencem na verdade a um subgrupo dos karens conhecido como padaung. Outros subgrupos da mesma etnia não praticam esse costume.

karen-padaung
karen-padaung

Outro mito é o de que esses anéis alongam o pescoço de quem os usa. Mas qualquer ortopedista diria, com razão, que tal alongamento levaria à paralisia dos movimentos da pessoa, ou até à sua morte. Na verdade, a aparência de um pescoço mais longo que o normal é uma pura ilusão visual. Pouco a pouco, o peso dos anéis empurra para baixo os ossos do colarinho, bem como as costelas superiores, até o ponto em que os ossos do colarinho parecem fazer parte do pescoço!

Long Neck Karen
Long Neck Karen

Há várias versões sobre as razões pelas quais os karen padaungs praticam esse costume bizarro. Sua própria mitologia explica que o fazem para impedir que os tigres, outrora abundantes na região, os mordam. Outros dizem que isso deixa as mulheres pouco atraentes, tornando-as pouco interessantes para os mercadores de escravas. A explicação mais corrente, no entanto, é o contrário de tudo isso: os pescoços extralongos são considerados um sinal de grande beleza e riqueza, e com eles uma mulher consegue um marido melhor. Parece, no entanto, que o adultério é punido com a remoção dos anéis. Nesse caso, como os músculos do pescoço ficaram severamente enfraquecidos depois de passar anos sem suportar o peso da cabeça, a mulher não mais conseguirá ficar em pé, sendo obrigada a passar o resto da sua vida deitada. De qualquer forma, segundo informam pesquisadores que estudaram os karens, o adultério e o divórcio entre os membros desse grupo são extremamente raros.

Long Neck Karen
Long Neck Karen

Seja qual for a origem do costume, uma das principais razões que o fazem perdurar até os dias de hoje, sobretudo na Tailândia, é o turismo. Embora tenham migrado para a Tailândia nas últimas décadas, vindos da vizinha Mianmar, os padaungs rapidamente se tornaram uma grande atração para os estrangeiros amantes das longas caminhadas em montanhas. Alguns jornalistas interpretam isso como uma exploração dos padaungs, definindo uma visita às comunidades como sendo “um passeio a um zoológico humano”. A tal ponto que alguns operadores tailandeses agora recusam levar turistas a essas aldeias, enquanto, por seu lado, alguns visitantes boicotam as operadoras que o fazem.

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Talvez por causa de o costume de usar aros de latão ao redor do pescoço seja uma coisa tão chamativa, atenção muito menor tem sido dada a outros aspectos da cultura karen. Entre eles, o fato de que enormes brincos desempenham um papel dominante na ornamentação.

Orelha Grande
Orelha Grande

Embora visualmente não tão sensacionais quanto os pescoços alongados, os assim chamados “karens de orelhas longas” continuam a alterar seus corpos de modo significativo. Da mesma forma que para as mulheres que colocam aros no pescoço, as que usam grandes brincos começaram a fazê-lo ainda meninas, usando adornos pequenos que aumentam de tamanho com o passar dos anos.

Orelha Grande
Orelha Grande

Os karens são também ótimos músicos, particularmente guitarristas, e verdadeiros mestres na arte de domesticar e treinar elefantes. A sociedade Karen é matrilinear – é a mãe quem define a linhagem da família. O incesto é severamente desencorajado, e o casamento é considerado um dos momentos mais importantes da vida de uma mulher. A tal ponto que, se uma mulher morre antes de se casar, ela é enterrada (ou cremada) usando roupas de mulher casada. Isso, diz-se, reduz as chances de que espíritos malévolos a impeçam de entrar no reino dos espíritos desencarnados. Embora muitos historiadores afirmem que eles sejam originários de Mianmar, outros apontam detalhes das tradições orais dos karens que parecem indicar para eles uma origem chinesa.

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COZINHANDO NA TAILANDIA

BAANTHAI COOKERY SCHOOL

Em 2010, quando sai do Brasil para a “Expedição Indochina”, já havia decidido que faria um curso de culinária na Tailândia. Sonhava em aprender a cozinhar aqueles pratos apimentados, mundialmente conhecidos. Queria também entrar em contato com os temperos, frutas e legumes tão diferentes. Chegando em Chiang Mai, a escola escolhida foi a Baan Thai – Thai Cookery School

Baan Thai Cooking School
Baan Thai Cookery School

O curso estava agendado para as quatro da tarde e terminaria às oito da noite. Antes, fui até um pequeno bar ao lado do albergue, acalmar o calor de quase 40 graus, com a deliciosa cerveja local, Singha. Leve e refrescante, leva o desenho de um leão bem bonito no rótulo. (Aliás, adoro colecionar rótulos de cervejas, saquês e vinhos que provo).

Singha Beer
Singha Beer

Cheguei ao curso animada! Era hora de descobrir os segredos tailandeses, os aromas e sabores tão marcantes. Fui recepcionada por uma simpática professora, que por sinal, falava perfeitamente o idioma inglês.  Ela me deu um avental e em poucos minutos, ja sentia-me uma verdadeira chefe de cozinha!

O grupo era formado por alguns outros gringos além de mim. Nos reunimos sentados no chão, em volta de uma mesa decorada com pratos de frutas. Ganhamos também um livro de receitas, super explicativo. Traz descrições de frutas, temperos, raízes e folhas utilizadas na culinária local (o qual guardo com muito esmero).

Cardápio tailandes
Cardápio tailandes

Em seguida, cada “aluno de mestre cuca” escolheu uma pasta de curry e quatro pratos para preparar. Minha escolha de menu foi: pasta de curry verde (pasta de pimenta verde), green curry with chicken (frango com pimenta), fried cushew nut with chicken (frango frito com castanhas), chicken in coconut milk (frango cozido no leite de coco) e spring roll (rolinhas primavera vegetarianos).

Então, o eclético grupo de turistas partiu com a professora, para um tour pelo mercado `a céu aberto.

Feira de rua
Feira de rua

Foi muito curioso descobrir os diferentes tamanhos e formatos de berinjelas, os tipos de macarrão de arroz, de tofus. Aprendi também que há pelo menos quatro tipos diferentes de gengibres e alguns não são para serem comidos, mas apenas para dar aroma`a comida, como o Tumeric, por exemplo.

Berinjelas
Berinjelas

Entre as ervas e temperos que provamos, adorei o lemongrass e as folhas de kaffir lime (uma espécie de limão com a casca toda enrugada).

Ervas frescas
Ervas frescas

Há cogumelos bem diferentes por ali. O orelha de pau , quando cru, é marrom claro e molenga, mas cozido adquire uma textura muito diferente e deliciosa. Já o strawn parece um ovinho e cresce na palha do arroz. São super nutritivos e ricas fontes de aminoácido.

Peixes assados na hora, arroz fresquinho, legumes na brasa… tudo tão cheiroso!!

Peixes assados na brasa
Peixes assados na brasa

Aproveitei e comprei alguns temperos desidratados e em pó pra fazer um jantar pra minha família e amigos no Brasil! Servidos?

Caranguejo
Caranguejo

Paramos em uma barraca que vendia os molhos prontos, utilizados nos pratos locais.

Barraca de molhos prontos
Barraca de molhos prontos

Os quatro tipos básicos de molhos são:

•    Molho de peixe: feito através da fermentação de peixes. Ficam em tonéis de quatro a doze meses até estarem prontos para serem usados (eca!). Utilizados para salgar os pratos por ser mais saboroso que o sal;
•    Molho de soja: feito com os grãos da soja. Usado com a mesma finalidade do molho de peixe e pode ser um de seus substitutos;
•    Molho de ostra: feito de molho de soja com extrato de ostra e também traz sabor à comida;
•    Molho de cogumelos: feito de molho de soja com extrato de cogumelos. Normalmente usado nos pratos vegetarianos.

Molho de pimenta, lime kaffir e ervas
Molho de pimenta, lime kaffir e ervas

Tive apenas alguns minutos pra fotografar a feira e voltamos para a escola. Para cada aluno havia um toco de madeira, que fazia às vezes de tábua, para cortarmos os temperos e legumes. Aprendemos o jeito certo de picar cada um deles. Alguns fatos são curiosos, como descobrir que os tailandeses usam o alho com a casca e preferem uma cebola pequenina à grande, também com casca. Dizem que possuem nutrientes. Temperos como lemongrass, coentro e pimenta são amassados com a faca antes de serem cortados.

Alunos cozinhando
Alunos cozinhando

Divertimo-nos muito pilando as tantas pimentas para a pasta de curry. Ardia os olhos e as pontas dos dedos. Um americano deixou espirrar um pouco da pasta apimentada perto de seus olhos e, bem… “Pimenta nos olhos dos outros é refresco!”

Já era hora de finalizar os pratos, decorá-los e levá-los à mesa. Não era permitido prová-los durante o cozimento, acho que era pra nos deixar com bastante água na boca! Ainda ficamos um tempo no fogão, no preparo dos deliciosos rolinhos primavera e diversos outros pratos picantes e cheirosos. Até que finalmente, pudemos nos sentar à mesa para o banquete final.

Preparo do Rolinho primavera
Preparo do Rolinho primavera

Wow! Que delícia!! Tudo havia ficado primoroso! Minha sopinha de frango com curry verde e leite de coco foi eleita (por mim) como a mais gostosa! Como eu sabia que se eu colocasse curry demais iria tirar o sabor dos outros ingredientes, fui esperta e calibrei a mão! Bingo! Ficou perfeito!

Provando minha sopa de curry verde
Provando minha sopa de curry verde

Os pratos foram servidos com frutas fresquinhas como a dragon fruit e a rose apple, que acalmaram minha boca ardida, com tanta pimenta! A comida é “quente”, não só pelas pimentas, mas porque também capricham no alho e no gengibre. Por fim, fiquei orgulhosa dos meus pratos!

Alhos assados
Alhos assados

Agora, tente voce também fazer em casa, e depois me conte se ficou bom!!

Lhes presenteio com uma receita de Frango com Pasta de Pimenta Verde (versão vegetariana com tofu)

GREEN CURRY WITH CHICKEN

Ingredientes:

•    200 gramas de peito de frango (tofu para os vegetarianos)
•    1 colher de sopa de pasta de curry verde (vide abaixo)
•    2 berinjelas pequenas cortadas em quatro.
•    2 babies milhos (pode ser cenoura ou brócolis), cortados ao meio e depois em pedaços de 1 centímetro
•    2 copos de leite de coco fresco
•    10 folhas de manjericão doce
•    2 folhas de kaffir lime (tira-se a nervura central das folhas) – (pode ser substituída pela erva cidreira)
•    1 pimenta vermelha grande
•    2 colheres de sopa de molho de peixe (pode ser substituído por molho de soja)
•    1 colher de sopa de açúcar
•    3 colheres de sopa de óleo

CURRY VERDE:

Ingredientes:

• 2 dentes de alho

• Capim Limão

• Pimenta habanero (ou a de preferência)

• Um maço de cebolinha

• Um maço de coentro

• Uma ou duas folhas de limão kaffir

• Um gengibre

• Azeite de oliva

• 2 limões

• Óleo de gergelim

• Molho shoyo

Esprema o alho, corte a ponta do capim-limão e descasque a folha de fora como se fosse um aipo, para usar somente a parte macia. Com uma faca, bata no capim-limão e, em seguida, pique, juntando ao alho esmagado. Você pode usar a pimenta que gostar mais, mas na receita a utilizada é a pimenta habanero. Pegue a cebolinha e corte as pontas. Agora alinhe o maço de cebolinha e corte suas raízes. Reserve junto com o alho, o capim-limão e a pimenta. Corte o gengibre no tamanho aproximado de um dedo e junte aos outros ingredientes. Jogue tudo em um processador e triture. Faça uma pausa e coloque uma ou duas colheres (sopa) de azeite na mistura e o suco de um limão. Agora com o triturador ligado, acrescente uma ou duas colheres do óleo de gergelim e duas colheres de molho shoyo. Prove e use como quiser.

MODO DE PREPARO DO FRANGO COM CURRY:

•    Coloque o óleo na frigideira em fogo baixo.
•    Adicione a pasta de curry verde e mexa continuamente até sentir a fragrância.
•    Adicione o frango, meio copo de leite de coco e mexa constantemente até o frango estar cozido.
•    Adicione o leite de coco remanescente e deixe ferver.
•    Adicione a berinjela, os babies milhos, mexa ocasionalmente.
•    Dê sabor ao prato adicionando o açúcar e o molho de peixe ou soja.
•    Adicione as folhas de manjericão, kaffir lime e decore com a pimenta vermelha cortada.
•    Coloque em uma cumbuca e sirva com arroz.

Simplesmente, delicioso!

BOM APETITE!

(www.baanthaicookery.com).

GLAMOUR, ELEGANCIA E GRANDE PREMIO DE FORMULA 1

PRINCIPADO DE MONACO

Principado de Monaco
Principado de Monaco

Feche os olhos por um instante e imagine um cenário encantador. Oceano azul turquesa e rochas escarpadas que emergem do Mar Mediterrâneo, acrescente iates e navios pontilhando as águas. Pessoas elegantes e muito glamourosas enfeitando ruas históricas e se divertindo pra valer em pubs, restaurantes e cassinos, desfilando em Ferraris e dançando até o amanhecer. Claro, após terem tido o privilégio de assistirem de perto o maior circo esportivo do mundo: a Fórmula 1.

Você acaba de recriar em sua imaginação Monte Carlo, em Mônaco. E pasme, isso é só o começo do “Wonderful World”!

Principado de Monaco
Principado de Monaco

Monte Carlo foi criado em 1866 e hospeda além do mundialmente famoso Cassino do Sol, hotéis de luxo e diversas áreas de lazer. Seus mais de 300 dias de sol por ano atraem turistas do mundo todo. Possui estilo de vida singular e um cenário de cair o queixo, sem contar as aldeias medievais e pistas de esqui nos Alpes. Sua fascinante história fala de bárbaros, reis e artistas de cinema, castelos e batalhas épicas entre as potências européias que estiveram sempre em disputa pelo incrível “The Rock”.

Principado de Monaco
Principado de Monaco

Situado a sudoeste da França, o Principado de Mônaco se estende até os pés alpinos. Seu clima particular o transformou no destino perfeito para férias!

Principado de Monaco
Principado de Monaco

FAMILIA GRIMALDI

A família Grimaldi, que em 1997, comemorou seu 700° aniversario de reinado no Principado, começou sua ascensão em 1297, quando François Grimaldi prendeu na fortaleza de Mônaco, a facção italiana rival. Disfarçado de monge, dizendo-se a mando do papa, conduziu um pequeno exército para a fortaleza. O legado de sua vitória é gravado no brasão de armas de Mônaco, onde dois monges estão brandindo suas espadas.

Bandeira do Principado de Monaco
Bandeira do Principado de Monaco

Em 1604, durante a Revolução Francesa, quando Mônaco foi anexada à França, a realeza européia sofreu forte impacto, o que não foi diferente com a Família Grimaldi, que perdeu todos os seus benefícios e teve seus membros reais presos. Em 1814, pelas mãos de Napoleão, a anexação foi interrompida e todos os direitos dos Grimaldis foram restituídos. Cinco décadas depois, Mônaco trocou parte de seu território por dinheiro e independência. Charles III, o príncipe da época, percebeu que precisaria restabelecer sua economia e investiu no turismo e jogos. Fundou então, a Société dês Bains de Mer que consistia em um punhado de hotéis, um teatro e um cassino que floresceu e se transformou no magnífico bairro de Monte Carlo.

Principado de Monaco
Monte Carlo

Outro fato histórico que chamou a atenção do mundo todo foi o casamento de contos de fadas do Príncipe Rainier III com Grace Kelly. Não poderia haver ícone melhor para tanto glamour, e a dama da beleza e da sedução foi homenageada, emprestando seu nome às ruas, hotéis e teatros. Até os dias de hoje, mulheres da alta sociedade, vestidas de maneira exuberante e muitas vezes exagerada, não nos deixa esquecer que ali, vivem príncipes e princesas verdadeiros.

Bastidores do Grande Premio de Formula 1
Bastidores do Grande Premio de Formula 1

INFRA-ESTRUTURA

Mônaco possui quinze hotéis, de duas a cinco estrelas, capazes de acomodar trezentos mil visitantes por ano. O Hotel de Paris, o Hermitage e a Metrópole são os mais luxuosos e fizeram historia no Principado, contribuindo para que Mônaco se tornasse ícone de luxuria e sofisticação. O turismo de negócios também tem se expandido em Mônaco, assim como sua infra-estrutura.

Estação de trem em Monaco
Estação de trem em Monaco

PROTECAO AO MEIO AMBIENTE: A PRIORIDADE

O Comitê de Sustentabilidade do Principado é um dos pilares de ascensão do Príncipe Albert II. Em seu discurso quando assumia o trono em novembro de 2005, ditou o tom dos anos seguintes: “Eu sou um defensor ardente do meio ambiente. Continuarei a tradição de meus ancestrais, os quais vêm implantando isso de diversas maneiras. Mônaco tem que ser um país modelo em relação ao respeito à natureza.” Essa filosofia reflete-se em tudo que o príncipe faz. Seguindo o exemplo de seu avo, Prince Albert I, conhecido como “Príncipe Erudito” e famoso por suas viagens exploratórias ao Pólo Norte, Príncipe Albert II desenvolveu o Comitê de Proteção ao Planeta e foi ao Pólo Norte em 2006 e à Antarctica em 2009, onde pode visitar bases internacionais, observando os efeitos do aquecimento global. Desde então, promove conferencias mundiais para abordar o assunto.

Mar Mediterraneo
Mar Mediterraneo

A Fundação do Príncipe Albert II tem três grandes campos de atuação: proteção à biodiversidade, que inclui preservação de ecossistemas e combate ao desmatamento. Proteção à água, que garante o acesso da população à água e também à contenção da desertificação e o combate às mudanças climáticas em três áreas prioritárias do planeta, nos Pólos, no Mediterrâneo e nos países subdesenvolvidos. Seis milhões de euros têm sido investidos na modernização da Estação de Tratamento de Água de Mônaco. Em termos de transporte, o Principado tem o objetivo da “emissão zero de CO2”.

Mar Mediterraneo
Mar Mediterraneo

FÓRMULA 1 – GRANDE PRÊMIO DE MONTE CARLO

Valeria Zoppello e Luca Bassani - F1
Valeria Zoppello e Luca Bassani – F1

Todo esse cenário parece mesmo encantado. E é! Pilotos e príncipes compartilham dos mesmos quesitos para serem o que são: imagens de um mundo inacessível para a maioria dos mortais.

Daniel Ricciardo
Piloto Daniel Ricciardo

No ultimo final de semana de maio, o Príncipe Albert II aperta as mãos das estrelas da velocidade que invadem seu reduto monárquico. O campeonato  Fórmula 1 de automobilismo dá os ares da graça em Mônaco, residência de pilotos como Bruno Senna, Rubens Barrichello e Felipe Massa.

Alain Prost
Piloto Alain Prost

Nosso herói Ayrton Senna também teve seus dias de glória por ali. Passeando por essas ruas, me recordo das frases de Reginaldo Leme quando perguntou a Ayrton: “Você não conhecia a cidade ainda, né? É muito bonita, a realidade se funde com a fantasia e para fazer parte desse grupo seleto, há de se ter muito dinheiro, poder e influencia, mas pra correr, as ruas são muito estreitas, né?”

Ayrton responde: “Aqui você não tem margem de erro. Um erro significa um acidente.”

No fim da corrida de estréia de Ayrton em Mônaco, Reginaldo brada: “O que o Ayrton fez em Mônaco, já é coisa de gênio!” Galvão complementa: “Ayrton Senna, a nova estrela da Fórmula 1”.

Cassino de Monte Carlo - Piloto André Negrão
Cassino de Monte Carlo – Piloto André Negrão
Grande Premio de Formula 1 - Monte Carlo
Grande Premio de Formula 1 – Monte Carlo
Grande Premio de Formula 1 - Monte Carlo
Grande Premio de Formula 1 – Monte Carlo

Além do Grande Prêmio de Fórmula 1, o principado é sede de diversos eventos de renome internacional como o Festival Internacional de Circo, Orquestra Filarmônica de Monte Carlo, Ballet de Monte Carlo, entre tantos outros. O fato é que predicados não faltam à Monaco e isso a transformou em um destino único, onde a realidade e a fantasia realmente se fundem.

Grande Premio de Formula 1 - Monte Carlo
Grande Premio de Formula 1 – Monte Carlo

PARA SABER MAIS:

– www.visitmonaco.com

ONDE COMER:

– Alain Ducasse’s – http://www.alain-ducasse.com/

– Joel Robuchon Monte Carlo – http://www.metropole.com/en/restaurant-montecarlo/joel-robuchon

– Le Grill (com linda vista panoramica) – http://www.hoteldeparismontecarlo.com/

– Yoshi – http://montecarlonight.org/city-hall/

ONDE IR: 

– Museu Oceanografico – projetado pelo pesquisador Jackes Cousteau

– Permanent Exhibition “Mediterranean – Splendid. Fragile. Alive” .

– Oceanographic Museum – 12,50 euros

– Jardin Exotique – Fontvieille – 6,80 euros

– Museum of Napoleonic Souvenirs – 4,00 euros

– Museu Naval – 4,00 euros

– Jardim Animal – 4,00 euros

– Estadio Louis II – 4,00 euros

– Catedral de Monaco – entrada franca

– Cassino de Monte Carlo – 10 euros

– Cassino Café Paris – entrada franca

– Cassino D’Eté – entrada franca

VOO DE HELICÓPTERO::

– www.heliairmonaco.com +377 92 050 050

– Voo panoramico de dez minutos – 60 euros

DE ROLE NOS FIORDES NORUEGUESES

PASSEIO DE BARCO

Fiorde em Lofthus
Fiorde em Lofthus

Um passeio impressionante é cruzar os fiordes Aurland e Naeroyfjord de barco. Esses fiordes são tão estreitos que parece que foram cortados à faca. Os gigantescos penhascos vistos sob outro ângulo é inesquecível!

Passeio de barco peos fiordes
Passeio de barco peos fiordes

SIGHTSEEING HELICOPTER

Voo de Helicóptero sobre os fiordes
Voo de Helicóptero sobre os fiordes

Quando pensamos que tudo de melhor que um lugar pode nos oferecer já se esgotou: surpresa! O melhor está por vir!

Já imaginou sobrevoar de helicóptero o alto do mundo? Sim, a Noruega é no extremo norte da Terra e pode-se fazer um vôo panorâmico alucinante sobre os Nordfjords! Feche os olhos e imagine cachoeiras esplendidas, cumes nevados e aquele azul das águas dos fiordes lá em baixo, espelhando as nuvens do céu. Essa é a imagem do paraíso `a caminho do Ullensvang Hotel.

Voo de Helicóptero sobre os fiordes
Voo de Helicóptero sobre os fiordes

ULLENSVANG HOTEL

Ullensvang Hotell
Ullensvang Hotell

Sobrevoar a propriedade do Ullensvang Hotel é magnífico! Sua localização, na ponta de um braço do fiorde em Lofthus é privilegiadíssima. Após aterrisarmos em um gramado muito bem cuidado, a recepção é calorosa e festiva, com direito a taças da cidra produzida na própria fazendo do hotel.

Ullensvang Hotell
Ullensvang Hotell

Em 1846, a tradicional Família Utne fez dois quartos para viajantes que atravessavam os duzentos quilômetros de fiordes a remo. Como a jornada era muito árdua, buscavam um lugar para repousarem e recuperarem as energias. Desde então, Ullensvang Hotel não parou de crescer e transformou-se em um importante centro turístico e de conferências. Atualmente são 312 leitos em 157 quartos com vistas inacreditáveis, que nos tiram a vontade de dormir. Dá-nos a impressão de que o espetáculo da aurora boreal pode acontecer a qualquer momento. Toda a água do hotel vem do degelo dos fiordes durante a primavera, propiciando aos hóspedes água limpa, fresca e cristalina o ano todo.

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EDVARD GRIEG TREKKING

Figuras como Kaiser Wilhelm II e Edvard Grieg se hospedaram no hotel. Em 1877, o compositor mundialmente famoso Edvard Grieg chegou à Lofthus pela primeira vez. Ele se tornou um frequente hóspede de verão do Ullensvang Hotel e muito amigo da primeira geração da Família Utne, que construiu uma sala especial para Grieg compor. Sua cabine pode ser visitada nos jardins do fabuloso hotel.

As paisagens dos fiordes são como pinturas
As paisagens dos fiordes são como pinturas

Sugiro uma caminhada seguindo os passos de Edvard Grieg partindo de sua sala especial até a igreja gótica construída entre 1230 e 1250. Na beira do riacho que corta a propriedade, Grieg costumava se sentar para ouvir o barulho das águas sempre correntes. Logo adiante, sugere-se uma visita à propriedade de seu amigo Arne Lofthus e à escola onde o compositor estudou.

O Ullensvang Hotel possui uma das mais aconchegantes e notórias adegas do país. Visitá-la e saborear um de seus vinhos é um privilégio raro.

Voo de helicópetro sobre os fiordes
Voo de helicópetro sobre os fiordes

Para chegar ao Ullensvang Hotel por estrada:

De Bergen – 117 kms

De Oslo – 380 kms

Há conexões de trens e ônibus diários das duas cidades para Ullensvang Hotel.

http://hotel-ullensvang.no/en/